Argumentum ad Misericordiam: as intimidades críticas da vitimidade

Autores

  • Sally R. Munt Professora de Estudos Culturais e Midiáticos da Universidade de Sussex, na Inglaterra. Seus interesses de pesquisa se relacionam aos estudos de gênero, sexualidade, classe e política cultural

Palavras-chave:

vitimidade, vergonha, mí­dias sociais, polí­tica cultural.

Resumo

Este artigo, pautado na teoria cultural, discute o uso difundido dos tropos da vítima na cultura anglo-americana contemporânea, na análise dos memes que circularam no Facebook em 2015. Com o crescimento das mídias sociais, as histórias de vítimas têm proliferado e cada uma demanda uma resposta. As narrativas das vítimas são retóricas, e projetadas para provocar piedade e vergonha. Elas são mobilizadas para estimular o debate político e o ativismo, apelando a um humanitarismo multifacetado. A Vitimologia tem suas origens no Direito e na Criminologia, mas este artigo amplia o campo para pensar a política cultural da vitimidade, ao considerar como a figura-vítima pode ser apropriada por/para diferentes propósitos, particularmente pelas políticas raciais e de gênero, incluindo no caso de Rachel Dolezal, a passabilidade racial (racial passing). Ao formular uma resposta ética í  experiência vivenciada pelas vítimas, precisamos pensar nos diferentes tipos de intimidades críticas elegidas por tais mídias.

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Publicado

2017-06-29

Edição

Seção

Dossiê "Comunicação e Desigualdades"